Leeds-Chelsea: O inferno chamado Elland Road

 


Para quem não conhece Jesse Marsch e o seu batalhão, deixo aqui um belo cartão de visita. Uma equipa que passa os 90 minutos completamente ligada à corrente e que defende num bloco médio-alto, oferecendo a exploração do corredor ao adversário.

A estrutura de Jesse Marsch



Esta foi a estrutura adotada por Jesse Marsch em organização defensiva. Harrison, Rodrigo e Daniel James tinham o objetivo de condicionar a linha de 3 centrais do Chelsea. Aaranson policiava Jorginho, que era o médio solicitado na 1ª fase de construção. Caso Koulibaly recebesse orientado para o corredor, Tyler Adams (o número 5 na imagem) deslocava-se para o corredor de modo a condicionar Marc Cucurella. 

Já quando o Chelsea optava por sair através do corredor direito, o Leeds corria menos riscos, uma vez que Marc Rocca é um médio com um raio de ação menor quando comparado com Tyler Adams. Quer Harrison, quer Struijk tinham a preocupação de fechar o corredor, sendo que Rocca tinha de ficar a cobrir o espaço em que Loftus-Cheek poderia aparecer pelo corredor central, à semelhança do jogo com o Tottenham.

Solução encontrada pelo Chelsea


A única forma que o Chelsea encontrou para criar perigo foi variar o centro de jogo o mais rápido possível, visto que obrigava o bloco do Leeds a estender-se no campo, já que era um bloco que não defendia com muita largura. 

Leeds em processo de construção


Como se pode observar ao longo da primeira parte, o Leeds construía assim a 3, sendo que Kristensen subia no corredor.

Já o Chelsea pressionava o Leeds da seguinte forma: Mount tapava a ligação a Marc Rocca, Sterling e Havertz tinham a preocupação de condicionar os centrais do Leeds, oferecendo assim os corredores à equipa da casa.

O 1º golo do Leeds

Analisemos o 1º golo do Leeds: em primeiro lugar, referir que Edouard Mendy não é um guarda-redes cuja maior qualidade é o jogo com os pés. Aliado a este pequeno pormenor, existiu um acontecimento que poderá ter contribuído para um maior desconforto da parte de Mendy. Vejamos:

Uma das vertentes mais importantes num jogo de futebol é o fator psicológico. O Chelsea não estava claramente a ter um jogo favorável, sendo que a equipa do Leeds não permitia que o Chelsea conseguisse sair a jogar como é normal. Aqui conseguimos observar que Thiago Silva e Reece James não estavam completamente concentrados no jogo.

Como consequência, o golo surgiu com naturalidade. Mendy deveria ter feito muito melhor no lance, visto não ter opções para sair a jogar. Em vez disso, preferiu tentar fintar Aaranson, que recuperou a bola e marcou o primeiro golo.


Se o jogo já corria de feição à equipa de Tuchel, eis que sofrem mais um golo, neste caso de bola parada. Harrison bate a bola ao primeiro poste e Rodrigo foge à marcação individual de Loftus-Cheek (reparar no início do vídeo) e aparece na zona de Reece James, que não consegue saltar mais alto que Rodrigo. Um resultado que me parece justo para o futebol que o Leeds ia praticando até ao momento.

Alterações na segunda parte


O Chelsea adotou em pleno a defesa a 4 na segunda parte, como podemos observar na imagem. Foi ainda mais vincada esta aposta assim que Ziyech e Pulisic entraram. Mas infelizmente para o treinador, estas alterações não trouxeram o resultado que esperava, já que o Leeds se manteve coeso até final da partida.

O 3º golo do Leeds



O Leeds chega ao 3º golo e mata o jogo completamente. Rodrigo recebe a bola entre linhas totalmente solto de marcação, conseguindo assim soltar no corredor esquerdo. Daniel James recebeu a bola no espaço e voltou a encontrar Rodrigo que assistiu Harrison para o 3º golo.

Foi claramente um belíssimo cartão de visita este jogo do Leeds, que não deu hipóteses à equipa de Tuchel.

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