Rio Ave-Porto: o antídoto para o losango de Conceição

 



Freire vs Conceição. Um treinador jovem que conta com um currículo bastante interessante no que toca a subidas de divisão vs um dos melhores treinadores da Liga Bwin.

Vamos então perceber onde Luís Freire conseguiu tirar partido da pressão débil (quem diria) do Porto neste jogo, apontando também alguns pormenores do Porto em organização ofensiva.

11 inicial do Rio Ave

11 inicial do Porto

A equipa do Rio Ave alinhou numa estrutura que no papel foi um 1-3-4-3 porém, vendo o jogo, percebe-se que Joca fez muitas vezes de 3º médio em fase defensiva. Já o Porto manteve o mesmo onze que venceu o Sporting por 3-0.

A equipa do Porto em organização ofensiva

Com a equipa mais recuada no terreno, foi esta a disposição adotada pelos homens de Conceição. Bruno Costa era o jogador que se posicionava mais ao lado de Uribe nesta fase. Quanto aos laterais, João Mário estava mais em apoio enquanto que Zaidu se projetava no corredor esquerdo.

Já no meio campo adversário, tanto Otávio como Bruno Costa pisavam terrenos mais próximos de Uribe, deixando que o corredor fosse assumido pelos laterais do Porto. Fazendo justiça ao que se assistiu, nem João Mário nem Zaidu foram capazes de fazer a diferença pelo Porto, ainda por cima numa disposição tática em que os laterais têm um grande peso em processo ofensivo. Ainda avaliando a imagem, percebe-se que Taremi era o avançado do Porto que mais se movimentava para arrastar os defesas do Rio Ave, sendo que Pepê e Evanilson eram os jogadores que iriam atacar o espaço. Já o Rio Ave não teve problemas em defender num 1-5-4-1, com Joca e até Fábio Ronaldo a juntarem-se a Guga e Amine.


Ainda assim, como se pode observar, a equipa do Porto não conseguiu finalizar as jogadas que até criou. Mérito ou de Jonathan ou da defesa do Rio Ave.

Os problemas causados pelos vilacondeses

Para mim, este foi o principal problema na estrutura defensiva do Porto: a quantidade de metros que os jogadores do Porto tinham que percorrer a mais levou a que o Rio Ave conseguisse sempre trocar a bola na primeira fase de construção.

O Rio Ave começava a responder à entrada forte do Porto nos primeiros 15 minutos. Como se pode verificar na jogada do primeiro golo, existe uma falta de comunicação entre Zaidu e Otávio, já que Joca recebe a bola nas costas do luso-brasileiro completamente solto de marcação.


Já Bruno Costa e Pepe têm uma má participação neste lance, uma vez que um decidiu não defender o espaço nas suas costas (que foi onde Fábio Ronaldo assistiu Aziz) e o outro teve uma má leitura do lance saindo precipitadamente. Porém, aqui podemos considerar que a precipitação de Pepe foi devido a Bruno Costa não recuar a tempo para a sua posição.

Outro dos problemas foi claramente a defesa em largura por parte do Porto. O segundo golo nasce de uma pressão defeituosa por parte do seu bloco. Essa pressão menos conseguida levou a que Aziz e Fábio Ronaldo encarassem Pepe e Marcano num 2x2. A bola entrou nas costas de Bruno Costa, que mais uma vez está ligado a um golo do adversário, desta vez por não ter a percepção correta do espaço.

Finalizando este tópico, temos ainda o terceiro golo dos vilacondenses. O mister Luís Freire, no pós jogo, frisou que existiu um trabalho específico neste microciclo em relação às segundas bolas e eis que o terceiro golo surge de uma segunda bola ganha por Pedro Amaral, que só teve que encontrar Aziz nas costas de Marcano.

A reação de Conceição na segunda parte

Depois de, na primeira parte, a equipa do Porto não ter conseguido fazer frente ao Rio Ave, Sérgio Conceição lançou 3 unidades novas em campo, que alinharam desta maneira. Tanto Veron pois são extremos que não têm medo de arriscar no 1x1 e que possuem bastante velocidade. Eis alguns exemplos das jogadas criadas pelo Porto na segunda metade do jogo:



À medida em que o jogo foi passando, ia-se acentuando cada vez mais a tendência de jogo: Porto completamente instalado no meio campo adversário, com uma pequena particularidade - Zaidu é claramente um peixe fora de água (não é de agora) neste tipo de situações. Até os próprios colegas reclamaram do seu fraco posicionamento em campo.
O Porto ainda conseguiu reduzir através de Toni Martinez, porém já numa fase bastante adiantada do jogo. 


Foi claramente um teste em que Conceição teve uma nota bastante negativa, especialmente na nos primeiros 45 minutos. Certamente este foi um tema discutido e trabalhado nesta semana de treinos e que o Porto já não terá tantas dificuldades contra a próxima equipa que defrontar num sistema semelhante.


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