Sporting-Marselha: A superiorização de Tudor com o 'joker' Guendouzi



Novo desaire dos 'leões' e desta vez com duas expulsões. Uma qualificação que passou de 'bem encaminhada' para 'complicada'.

Vamos então observar o que se passou com a turma de Rúben Amorim, sendo que a análise, do ponto de vista técnico, só teve interesse até Pedro Gonçalves ser expulso aos 60 minutos de jogo.

Destaque individual

O grande destaque individual vai para Mattéo Guendouzi. O francês, após sair do Arsenal, vive a melhor fase da sua carreira. Um verdadeiro box-to-box que se revelou um enorme quebra cabeças para Rúben Amorim, já que aproveitou a exposição que Morita e Ugarte tinham na 1ª fase de pressão por parte do Sporting.


Estes dois lances permitem perceber a inteligência do francês na ocupação dos espaços, sendo útil para demonstrar a um treinador que ainda se fixa demasiado na formação que apresenta em campo.

Análise coletiva 

O segundo ponto desta análise baseia-se num aspeto que foi um dos principais pontos fortes de Amorim na 1ª época no comando dos leões: a agressividade e a assertividade com que o Sporting pressiona(va) os adversários. 
Pote, Trincão e Edwards com bola são jogadores bem acima da média, porém avaliando o seu contributo sem bola, ficam aquém do que lhes é exigido, isto avaliando a postura do Sporting em jogos de Champions: defender com o bloco médio-baixo e com bola opta por atrair o adversário para bem perto da sua área. 
Na primeira época de Amorim existia menos qualidade técnica na frente de ataque, uma vez que habitualmente jogavam Nuno Santos, Pote e Paulinho. Contudo, a equipa ressente-se bastante, notando-se a ausência do equilíbrio que existia nesse trio. Pote era o mais fraco dos três a defender, mas Paulinho e Nuno Santos eram muito fortes a pressionar o bloco adversário. 
Em baixo segue um exemplo deste ponto.

Análise aos golos do Marselha


Começando pelo primeiro golo, em que se destaca a contribuição de Guendouzi na segunda fase de construção, observa-se a incapacidade do Sporting de reagir às movimentações dos homens de Tudor.
Mbemba, como foi hábito assim que Guendouzi ou Veretout baixavam para se juntar à linha de 3 centrais a construir, fazia de lateral direito e Clauss aparecia na zona do extremo direito. 
O Marselha acabou por conseguir criar a jogada de perigo que originou o golo por este corredor, onde Rongier ganha a segunda bola. Gonçalo Inácio acaba por ter uma ação bastante precipitada para quem estava a dar o equilíbrio necessário à equipa. É verdade que a bola é desviada por Ugarte, mas o português poderia ter tido uma abordagem que não levasse Esgaio a fazer penálti, uma vez que seria facilmente ultrapassado por Harit no 1x1.


Observando o segundo golo consegue identificar-se dois erros cometidos pela equipa da casa: Inácio ser incapaz de alinhar com a restante defesa e ainda a passividade de Coates, que a esta altura já se encontraria lesionado. De resto, é apenas apreciar este bom ataque ao último terço por parte do Olympique.

O aparecimento do Sporting no jogo

O Sporting apenas conseguiu aparecer no jogo nos últimos 10 minutos da primeira parte e no primeiro quarto de hora da segunda parte. 
Aos 35 minutos, Amorim corrigiu a sua má leitura do jogo (quando retirou Morita após a expulsão de Esgaio), substituindo Edward e Coates (o último por lesão) por Sotiris e Marsà. Pedro Gonçalves volta a subir no terreno para se juntar a Trincão. Em fase ofensiva, pelo lado esquerdo, Matheus Reis descaiu na ala e Nuno Santos subiu no terreno, pronto a atacar o espaço.


Já na segunda parte, Amorim retira Trincão e coloca Flávio Nazinho em campo, ficando com Pote e Nuno Santos na frente de ataque. Segue-se a única jogada de perigo que os leões conseguiram criar.

A nível defensivo, Amorim acabou por equilibrar a equipa da seguinte forma:

Se o jogo já se adivinhava complicado para um Sporting reduzido a 10 unidades, eis que Pedro Gonçalves é expulso devido a um comportamento algo comum no próprio, deixando a equipa com apenas 9 jogadores aos 60 minutos. Este deveria ter avaliado melhor o árbitro, uma vez que nunca demonstrou muita abertura para qualquer tipo de diálogo no decorrer do jogo.

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