Talento: conjunto de aptidões, naturais ou adquiridas, que condicionam o êxito em determinada atividade. Esta foi muito provavelmente a palavra mais associada ao longo do último ano a um pequeno país europeu chamado Geórgia.
Outrora pouco conhecida no panorama futebolístico mundial, na época 2022-2023 a Geórgia andou nas bocas do mundo muito por causa de um jovem chamado Kvicha Kvaratskhelia, que encantou o futebol com a sua qualidade e por ter aparecido(para a grande maioria) vindo do anonimato, causando grande impacto ao ponto de ter sido dos jogadores que melhor época fez na Europa(figura fundamental no Scudeto do Nápoles juntamente com Victor Osimhen). Acredito que ao longo deste ano futebolístico tenham tentado ler o seu nome umas 10 vezes e em todas elas pareceu mal dito. Aposto também que estiveram quase a recorrer a um tradutor e se não estiveram, preparem-se que nos próximos anos de certeza que o terão que fazer (a Geórgia ainda agora neste euro sub21 não só venceu Portugal como ficou em 1º do grupo e chegou mais longe do que aquilo que muitos esperavam, caindo apenas nos quartos de final nos penaltys frente a Israel, a sensação da prova).
Por enquanto, o novo talento georgiano que está a despontar
não tem um nome assim tão complicado: Georges Mikautadze.
O jovem georgiano de 22 anos, formado no Metz, esteve emprestado por duas vezes ao RFC Sefaring do campeonato
belga, antes de se afirmar definitivamente no clube francês.
Foi o melhor marcador da Ligue 2 com 23 golos(mais 4 que o
segundo, juntando a isto 8 assistências) e provavelmente a maior figura de um
Metz que ficou em 2º lugar, garantindo assim a promoção ao principal escalão do
futebol francês.
Mikautadze é um jogador bastante versátil, podendo jogar nas
3 posições do ataque(apesar de ser no centro onde pode render mais). Bom
tecnicamente(joga bem com os dois pés, apresenta um bom controlo de bola e 1º
toque) e ao nível da finta(que usa para
ganhar no 1x1), é muito ágil, com boa capacidade de aceleração(principalmente
em distâncias curtas) e tem um remate fácil. Apresenta também uma boa relação
com o golo, muito também pela forma inteligente como se movimenta na área e
ataca aí o espaço.
Mesmo não sendo muito alto e robusto, tem uma boa capacidade
de choque e aguenta muito bem com as cargas dos defesas adversários(protege
muito bem a bola). Em contrapartida, tem um fraco jogo aéreo(rara a vez que
ganha um duelo neste aspeto). Apresenta também espaço para melhorias ao nível
da decisão no último terço(último passe) e a nível defensivo (quando a equipa
está sem bola, quer na transição defensiva quer na organização defensiva, por
vezes parece “desligado” do jogo).
Destaca-se por ser um jogador que descai muito nas alas(principalmente
na ala direita) e procura vir atrás muitas vezes buscar jogo (é um jogador bastante associativo, combinando
com os colegas preferencialmente através de tabelas). Apresenta também qualidade como marcador de
penaltys e de cantos(era-o no Metz).
Com a excelente época que fez ao serviço do Metz (foi eleito o melhor jogador da Ligue 2), o Ajax não hesitou em contratá-lo por 16M€ no último dia de mercado. Resta-nos agora acompanhar atentamente o seu percurso na Eredivisie pois o seu potencial faz prever que ainda chegue a patamares mais elevados, nomeadamente Premier League(foi associado a alguns clubes ingleses neste mercado de transferências).
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